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quinta-feira, 4 de abril de 2013

AS RESISTÊNCIAS - Parte III

 

AS RESISTÊNCIAS VARIÁVEIS

Definem-se como Resistências variáveis todos os componentes cujo va-
lor óhmico é alterado segundo as conveniências do utilizador. Comparativa-
mente às Resistências Fixas, estes elementos distinguem-se imediata-
mente, não só pelas suas dimensões e formatos característicos, mas tam-
bém pelo facto de apresentarem um terceiro terminal, resultante da divisão
total da resistência em duas parcelas.

Estes componentes partilham das mesmas propriedades gerais que ca-

racterizam as Resistências fixas (precisão, tolerância, dissipação da potên-
cia, sensibilidade com a humidade e a temperatura, nível de ruído, etc), em-
bora possuam novos parâmetros que os particularizam, como o tipo de va-
riação resistiva, a resistência do contacto móvel, o ângulo de rotação resis-
tivo efectivo, o tempo de vida útil relacionado com o número de manobras,
etc.
Vamo-nos debruçar somente sobre a primeira e a última destas carac-
terísticas.



Fig. S1 Representações simbólicas de Resistências variáveis.


Lei da Variação Resistiva


A variação da resistência consoante a deslocação do cursor ou terminai
móvel, pode revestir-se de várias formas, correspondentes a outras tantas
funções matemáticas. Os principais tipos de variação resistiva são:

Variação linear — A proporção entre a variação da resistência e o des-
iocamente é constante. Por outras palavras, para deslocamentos idênticos
do cursor ou terminal obtém-se as mesmas variações de valor óhmico.

Variação logarítmica — A relação entre a variação da resistência e o
deslocamento do cursor é estabelecido segundo uma função logarítmica.
No gráfico da fig. S2, pode observar essa variação.

Podem-se ainda encontrar Resistências variáveis com variações do tipo
semi-logarítmico, inverso e senóide.



Fig. S2 — Gráfico ilustrativo da variação loga-
rítmica do valor óhmico com o deslocamento do
cursor.















Tempo de vida útil


É uma característica que define a fiabilidade do componente consoante
o número de manobras efectuado. Para as Resistências ajustáveis esse va-
lor é bastante baixo (inferior a 100), enquanto que para os Reóstatos pode ir
até 10 000.
Consideram-se os seguintes tipos de Resistências variáveis: Reóstatos,
Potenciómetros e Resistências variáveis.



OS REÓSTATOS


São Resistências bobinadas variáveis que podem suportar elevadas po-
tências de dissipação e, por isso, se utilizam em diversas aplicações indus-
triais. Devido a este facto, pouca aplicação têm nos circuitos electrónicos
digitais que, normalmente, são circuitos de muito baixo consumo. O tipo da
variação resistiva dum Reóstato é usualmente a linear. São construídos
para variações máximas que vão desde as dezenas ou centenas de ohms
(fio de Cupro-Níquel) até às centenas de Kilo-ohms (para dissipações de
poucos Watts). Utiiizam-se os Reóstatos para as situações em que a potên-
cia em jogo é superior a 1/2 Watt.



 OS POTENCIÓMETROS
  
Designam-se como Potenciómetros todas as Resistências variáveis que
funcionam, essencialmente, como divisores de tensão. Assim, ao deslocar-
-se o cursor, está a seleccionar-se um determinado valor de tensão, como po-
derá ver no esquema da fig. S3. No entanto, é também usual designar-se co-
mo Potenciómetro todas as Resistências variáveis de baixa dissipação. O
elemento resistivo é geralmente o carvão ou o fio de liga metálica bobinado.




Fig. S3 Potenciómetro como divisor de ten-
são.
A variação da resistência com o des-
locamento do cursor está, nos Poten-
ciómetros de carvão, um tanto relacio-
nada com a sua dimensão. Deste mo-
do, o tipo sub-miniatura tem, usual-
mente, uma variação semi-logarítmi-
ca, enquanto que, para os de dimen-
são normal e miniatura, a variação é,
respectivamente, linear e logarítmica.
 

A potência máxima admissível para
um Potenciómetro de carvão é baixa,
podendo ir até cerca de 2 Watts. Estes
componentes são mais utilizados nas aplicações electrónicas analógicas, como

é o caso do controle do ganho dum andar amplificador ou a regulação da tonalidade.


Fig. S4 Alguns tipos de Potenciómetros.




























AS RESISTÊNCIAS AJUSTÁVEIS


Estes componentes são dimensionados só para um pequeno número de
manobras. Podem ser de dois tipos:
Resistências bobinadas ajustáveis e resistências de carvão ajustáveis
(mais conhecidas por potenciómetros de ajuste).


  • Resistências bobinadas ajustáveis
Não são mais que Resistências bobinadas vulgares que possuem uma
pequena "janela" lateral que põe em contacto com o exterior o enrolamento
de fio interno. Através do deslocamento dum cursor, que se constitui num
terminal móvel, consegue-se variar o valor óhmico desta Resistência.


 

Fig. S5 Aspecto de Resistências bobinadas
ajustáveis.



  • Potenciómetro de carvão de ajuste
De dimensões mais pequenas e mais frágeis do que os outros Poten-
ciómetros deste tipo, permitem o comando do cursor por intermédio duma
chave de fendas. Têm valores que vão até aos 10 , com tolerâncias de
20%.

Qualquer destes dois tipos é utilizado para efectuar ajustes ou afinações
nos circuitos electrónicos.


Fig. S6 Aspecto gerai de Potenciómetros de ajuste